quinta-feira, 22 de julho de 2010

O Vampiro na literatura dos séculos XVIII e XIX – cont.

Como eu já havia prometido, dou sequência a postagem do artigo que fiz para minha Faculdade de História, na Saberes. O primeiro período se encerrou, agora estou esperando o começo do segundo, e com um objetivo em mente, fazer minha biografia a partir dos clássicos literários sobre vampirismo. Boa leitura a todos!

 vampire 2 O VAMPIRO LITERÁRIO DO SÉCULO XVIII AO XIX

2.1 O Início

A literatura, desde o século XVIII, vem desenvolvendo as mais fantásticas histórias sobre vampiros. Sem um conhecimento certo de onde surgiu a mitologia, com uma suposição que possa ter se desenvolvido na Antiga Mesopotâmia e migrado para a Grécia, e dali para Roma e os países da Europa Oriental. O nome vampiro deriva da palavra upir, que surgiu em um texto na região da Eslovênia do século XV. A migração para a Europa Ocidental aconteceu no ano de 1748, no poema Der Vampyr, escrito pelo alemão Heinrich August Ossenfelder. O poeta ouvira sobre a história de Arnold Paole, um sérvio que após morto fora dado como vampiro. Ele teve o corpo exumado após 40 dias, e por manter uma aparência de recém-enterrado e, após perfurarem o corpo e sair sangue, o estaquearam, decapitaram e queimaram.

O poema de Ossenfelder era curto, mas contava a história de um jovem apaixonado que ameaçou seu interesse amoroso de visitá-la todas as noites e beber-lhe o sangue, dando o beijo do vampiro. buerger1No mesmo século surgiu Lenore de Gottfried August Bürger, um poema que narrava à história de um jovem que prometeu voltar do túmulo como um morto-vivo e reivindicar sua amada e levá-la com ele para o túmulo, tornando-a sua eterna noiva. Muitos creem que este poema teve grande influência sobre a maior obra vampírica da história, Drácula.  Mas grandes escritores alemães também tiveram sua passagem pela literatura vampírica, como Johann-Wolfgang-von-GoetheJohann Wolfgang Von Goethe, escritor alemão, que em 1797 escreveu Die Braut Von Korinth, que contava a história de um jovem de família pagã que se apaixona por uma jovem de família cristã, mas após ver seu noivado desmanchado e sendo transformada em freira por sua mãe, a jovem se suicida e retorna do túmulo a procura de seu noivo. Goethe explicou que fora influenciado pelo conto Philinnion, de Flégon de Trales, um romancista da Grécia Antiga, outra fonte de muitos mitos como a lamia, empusa, mormolykiai, vrykolaka e o callicantzaro. Ludwig_Tieck Outro grande poeta alemão a publicar sobre o tema vampiro foi Johann Ludwig Tieck, que publicou sua obra que fora traduzida para o inglês com o título Wake Not the Dead. A obra contava a história da jovem Brunhilda, que fora trazida de volta à vida pelo seu amado Walter, um nobre que acordou um dia e a viu se esvaindo de sangue.

Com a chegada do texto de Tieck à Inglaterra, o interesse pelo mito dos vampiros foi crescendo. Outro fator para o desenvolvimento da literatura foram às dissertações desenvolvidas no âmbito da Igreja Cristão-Católica Romana pelo arcebispo Giuseppe Davanzati, que escreveu Dissertazione sopra I Vampiri, em 1744, e o acadêmico Calmet_Augustin Dom Augustin Calmet que, em 1746, escrevera Dissertations sur les Apparitions des Anges, des Démons e des Esprits, et sur les revenants, et Vampires de Hungrie, De Bohême, de Moravie, et de Silésie. Essas dissertações traziam relatos e explicavam o que era e como destruir um vampiro, servindo de base, mais tarde, para os romancistas.

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostaria de manter contato com você para conversarmos sobre esse assunto.

Meu e-mail: zivabones@gmail.com

Grata pela atenção.

Ziva

PS: gostei muito do seu estudo, bem esclarecedor; já leste o livro "O Historiador" ?