quarta-feira, 9 de abril de 2008

Vampiros X Vampyros

O mito dos vampiros transcendem o tempo e o local. Em cada canto do planeta você ouvirá um mito sobre um ser bebedor de sangue, que retorna do reino dos mortos, para viver eternamente. Alguns conhecem o mito como uma pessoa que não completou sua missão na Terra, ou que morreu de forma inadequada, ou mesmo foi enterrada de forma indevida. Temos também o mito de Lamia, que por ter perdido seu filho durante o parto, ficava sobre uma árvore e atacava as mães e seu filhos ou mesmo jovens rapazes, que ela seduzia e bebia de seu sangue. Das Américas Andinas ao Japão, o mitos são os mais variados e muitas vezes semelhantes. O mito foi tão bem desenvolvido na Ásia e no oriente europeu, que encantou a Europa Ocidental, que começou a desenvolver poesias e contos do mais diversificados, sobre vampiros. Até que um grupo de ingleses se reuniu e dediciram desenvolver contos de horror. Deste encontro saiu "Frankenstein" de Mary Shelley e "O Vampyro" de John Polidori.
Lógico, o nome do título não tem haver com o que escreverei mais a frente, mas é interessante como Polidori usou este título. Ele o escreveu em homenagem a um dos grandes escritores da história, que participou naquela noite do encontro, Lord Byron. Durante uma viagem dos dois na Grécia, Polidori desenvolveu seu personagem pensando no seu companheiro. A história é sobre Lord Ruthven, um lorde inglês que viaja com um jovem pela Grécia, e lá este jovem descobre que ele é um vampiro. Os dois se separam o só vêm a se encontrar no casamento da irmã do jovem rapaz com o Conde Masden (daí vem meu sobrenome), que consequentemente é Lord Ruthven, que herdará o título do próprio pai. Lógico, não contarei toda história, pois ela é muito interessante.
É interessante a mudança do estilo do vampiro neste momento, que passa de morto-vivo para um membro da alta-classe inglesa. Este romance foi uma das idéias iniciais para outro grande romance, mais conhecido de todos. De Bram Stoker, "Dracula".
Dracula contava, através de cartas e diários, a história de um conde romeno que vai morar na Inglaterra vitoriana e lá começa a vampirizar jovens e encantá-las. O interessante é que, o vampiro de Polidori não tinha problemas com sol ou mesmo objetos sagrados. Lógico, preferia a noite para agir, pois a escuridão o favorecia, mas o sol não lhe fazia nenhum mal. Já Dracula manteve o mito religioso de que não poderia tocar ou ser tocado por um objeto sagrado, como um crucifixo. Uma das artimanhas do personagem de Van Helsing, foi encher o caixão de Dracula com hóstias eucarísticas, tornando a terra ali dentro consagrada.
Dracula se tornou o ícone do vampirismo mítico-moderno, fazendo a todos crerem que o conde Vlad, O Empalador, cujo pai fez parte da Ordem do Dragão (Dracul, que significava demônio ou dragão) e se auto-denominava Vlad Dracul, era um vampiro mesmo. O povo romeno considerou o livro uma ofensa ao seu herói, mas isso não impediu Drácula de chegar ao teatro, primeiramente, e logo depois ao cinema.
A primeira versão data de 1922 e foi feito na Alemanha, seu título era Nosferatu, eine Symphonie des Grauens, do cineasta F.W.Murnau. Sem permissão da viúva de Bram Stoker, Murnau criou sua própria versão do romance. O vampiro se chamava Graf Orlock e foi generosamente interpretado por Max Schreck, mas nem por isso deixou de ser caçado. A viúva de Stoker processou o diretor do filme e ordenou que todas as cópias fossem queimadas, só que após o falecimento dela, várias outras surgiram e com isso fora salvo o primeiro filme de vampiros da história do mundo.
Essa versão de Murnau gerou várias cópias também, dentre elas Nosferatu: Phantom der Nacht, do alemão Werner Herzog, Shadow of Vampire, de E.Elias Merhige, onde o ator John Malkovich interpreta Murnau e Willem Dafoe interpreta um Max Schreck baseado no mito. Falavam que Schreck, durante todo o período de gravação de Nosferatu, nunca tirou o figurino, sempre mantendo a maquiagem e os dentes postiços. O filme também ganhou uma interpretação em palco, através da Cia. de Teatro Urgente, de Vitória-ES, que manteve o nome Nosferatu, mas a transformou num trabalho de expressão corporal, interpretado pelo bailarino Marcelo Ferreira.
A versão de Dracula, feitas para os palcos dos teatros ingleses pelo próprio Stoker, fez enorme sucesso, principalmente com o ator austro-hungáro Bela Lugosi o interpretando. Por isso que o diretor Tod Browning o convidou, em 1931, para fazer o filme Dracula. Com o roteiro baseado na peça, o filme nos mostrava um Conde Dracula vestido com pompa e elegância e sem os enormes dentes afiados, que só viriam a surgir em 1958, quando Christopher Lee interpretou o vilanesco Conde no filme Horror of Dracula, pela Hammer Films Productions.
A história de Dracula no cinema é longa e vem com filmes maravilhosos a filmes deploráveis, que contêm o nome do personagem, mas um que consagrou foi pelas mãos do diretor Francis Ford Coppola. O filme Dracula de Bram Stoker, de 1992, trazia uma versão o mais aproximada possível do livro de Stoker e também se baseava nos livros de Radu Florescu e Raymond T. McNally, "Em Busca de Drácula e Outros Vampiros" e "Dracula: Mito ou Realidade". A história era a seguinte, o Conde Vlad III, O Empalador, é casado com uma jovem, chamada Elizabeth. Um dia ele parte para a guerra, na intenção de combater os magiares, povo turco e bárbaro, e quando volta descobre que sua esposa cometera suídicio, assim não podendo ter um enterro católico. Vlad não concorda com isso e condena a Igreja, mas ele termina condenado a vida eterna. Passado longos anos, o jovem Jonathan Harker vai a Transilvania para vender um imóvel a um misterioso Conde Dracula e lá descobre que ele é um vampiro que deseja ir a Inglaterra. Jonathan é impedido de fugir do castelo de Dracula e este vai para o país inglês, onde conhece Mina Murray e por ela se apaixona. Ela também se apaixona por ele, mas desconhece que ele é o responsável pela enfermidade surpreendente que assola sua amiga, Lucy Westenra. N ointuito de ajudar a jovem enferma, um médico, amigo da família da srta. Westenra, chama o renomado médico-professor Abraham Van Helsing. Ele descobre que ela fora vampirizada e que corre enorme perigo... Resumindo um pouco a história, ela se torna uma vampira, descobrem o responsável, após a volta de Mina e Jonathan da Romênia, onde se casaram, mas Mina também é vampirizada e como solução eles têm de ir a caça do conde, que retorna ao seu país e é morto pelos homens apaixonados por Lucy - Lord Arthur Holmwood, Quincy Jones e o Dr. Jack Seward -, Jonathan Harker e o Prof. Van Helsing. Bem, o filme é fantástico e glorifica o mito de Dracula. Mas como eu disse, é um mito.
Vlad III, o Empalador, para muitos foi um terrível vilão assassino, que matou vários na ponta de uma lança, mas no seu país ele é um herói, que defendeu a soberania do seu povo como pôde, mas a história de Vlad e sua família envolve o misticismo, pois diziam que a Ordem do Dragão tinha um envolvimento muito assíduo ao ocultismo.
Bem, mais na atualidade uma nobre senhora de Nova Orleans decidiu modificar ainda mais o mítico mundo vampírico, então em 1976, Anne Rice decidiu escreveu Interview With The Vampire. O livro conta a história de Louis De Pointe du Lac, um abastado senhor de terras que após perder esposa e filha, decidi que sua vida não presta, só que mal sabe ele que está sendo estudado pelo vampiro Lestat de Lioncourt, que o quer como cria. Após transformá-lo em vampiro, Lestat e Louis vivem várias aventuras e em uma delas criam a vampira-criança Claudia. Claudia e Louis decidem viver sozinhos, e ela decide dar cabo do seu criador, então os dois partem para a Europa, onde vivem outro momentos inusitados, até chegarem a França e serem convidados ao Theatré du Vampires, onde conhecem Armand e uma horda de vampiros. Eles decidem dar cabo de Claudia, pois não podem aceitar uma vampira-criança... O resto da história vocês terão de ler. Estava criado assim um novo universo de vampiros e um novo mito, onde envolvia-se até os primeiros povos do mundo. Anne Rice ainda viria a escrever The Vampire Lestat e The Queen of the Damned, ampliando ainda mais sua nova mitologia vampírica. Lógico, estes três não foram os únicos, The Vampire Chronicles possuem um total de dez livros e mais dois que fazem parte dos The New Tales of the Vampires. O sucesso dos livros de Anne Rice a fizeram receber um convite para escrever o roteiro do filme, dirigido por Neil Jordan e com os atores Tom Cruise (Lestat), Brad Pitt (Louis) e Antonio Banderas (Armand) e a atriz - ainda jovem - Kirsten Dunst (Claudia), Interview With The Vampire. Um dos filmes mais fiéis, conta com certa exatidão de tudo que o livro possui. Era para ser único, se não tivessem cometido o erro de fazerem Queen of the Damned, com direção de Michael Rymer. O filme trazia uma mistura dos dois livros seguintes de Anne Rice, Tha Vampire Lestat e The Queen of the Damned. Um verdadeiro desastre devido a descaracterização dos personagens do livro, o filme é esquecível. Só não foi pior do que as tentativas posteriores de ressucitar a franquia Dracula.
Dracula 2000, com direção de Patrick Lussier, nos trazia um Dracula, que não era exatamente o Conde do livro, mas (risos!) Judas Escariotes.
Filmes dos mais diversos existem e mantêm mitos ainda existentes. Alho, rosas, hóstia, artefatos religiosos, sol, espelho, tudo isso ainda é utilizado contra um vampiro. Até atualizaram as coisas, mostrando que vampiros não aparecem em fotos, mas até onde isso é verdade ou mentira?
O vampyrismo real existe! Ele vive entra nós e acreditem, andam durante o dia, bebem e comem como qualquer outro, só que são raros os que se alimentam de sangue, como cita o mito. Sua maioria se alimenta de algo chamado prâna (energia psíquica, vital, que mantém o corpo físico funcionando), no intuito de se fortalecer e gerar algo além da imaginação e do conceito de humanidade. Para chegar a esse assunto mais a fundo, deveremos colocar vários outros fatores aqui.
Lógico, comecei falando da mitologia e falarei dela durante um longo tempo, pois para ter uma compreensão mais enriquecedora de tudo, nada melhor do que saber o que não é real, para podermos separar.
Mais a frente falarei mais profundamente do filmes, livros, jogos e outras coisas, que no levaram ao esclarecimento, até chegarmos no momento de falar sobre o vampyrismo real.
O vampyro que menciono não tem - ou tem - muito haver com o Vampyro de John Polidori, mas isso só será descoberto mais para frente.

4 comentários:

Mariana Prado disse...

Desculpe meu Caro Masden, vc pode exluir esse comentário, se achar conveniente... Mas encontrei um pequeno equívoco em seu texto... No livro entrevista com o vampiro, Louis de Pointe du Lac, se torna desgostoso pela vida após a morte de seu irmão, e se sente culpado por tal morte... Na adaptação para o cinema ele realmente perde esposa e filho... Talvez eles mudaram isso no roteiro para que ficasse mais interessante... Espero ter ajudado!

italiano disse...

Perguntas não respondidas,nada do que esta em seu texto tem valor histórico,quando falei em vampirismo ou vampiros,estava falando de fatos reais...será que tem algo a dizer.

Anônimo disse...

nossa que nada ver em ...

Sestro Masden disse...

Bem, vamos as respostas que o caro "italiano" falou que não dei.

Mariana: Obrigado pela atualização, mas eu conhecia essa versão, só que dei preferência a do filme, por ser a de mais "fácil acesso" pela cultura popular, pois são poucos os que leram o romance, mas foram muitos que assistiram - e ainda assistem - o filme. Mas sou extremamente agradecido.
italiano: O meu texto não tem objetivo de ter valor histórico. Se quiser algo com este tipo de valor, leia minha última publicação, que busca este objetivo. Quanto aos fatos reais, tirando os assassinos em série que se dizem vampiros, nada mais pode ser provado ou comprovado, então pare de dizer asneiras.

Anônimo: ... Nem sei se vale a pena a resposta, pois uma pessoa "Anônima" é o mesmo que um troller ou uma pessoa insginificante. Acho que até escevi de mais.

_Sestro Marsden

P.S.: Só vale a pena levar em consideração alguém que tenha algo a acrescentar, tirando isso, por mim, excluiria, mas prefiro mante-lo aqui, só para verem o quão alguns são insuficientementes colaborativos com alguma informação.