Como eu já havia prometido, dou sequência a postagem do artigo que fiz para minha Faculdade de História, na Saberes. O primeiro período se encerrou, agora estou esperando o começo do segundo, e com um objetivo em mente, fazer minha biografia a partir dos clássicos literários sobre vampirismo. Boa leitura a todos!
2 O VAMPIRO LITERÁRIO DO SÉCULO XVIII AO XIX
2.1 O Início
A literatura, desde o século XVIII, vem desenvolvendo as mais fantásticas histórias sobre vampiros. Sem um conhecimento certo de onde surgiu a mitologia, com uma suposição que possa ter se desenvolvido na Antiga Mesopotâmia e migrado para a Grécia, e dali para Roma e os países da Europa Oriental. O nome vampiro deriva da palavra upir, que surgiu em um texto na região da Eslovênia do século XV. A migração para a Europa Ocidental aconteceu no ano de 1748, no poema Der Vampyr, escrito pelo alemão Heinrich August Ossenfelder. O poeta ouvira sobre a história de Arnold Paole, um sérvio que após morto fora dado como vampiro. Ele teve o corpo exumado após 40 dias, e por manter uma aparência de recém-enterrado e, após perfurarem o corpo e sair sangue, o estaquearam, decapitaram e queimaram.
O poema de Ossenfelder era curto, mas contava a história de um jovem apaixonado que ameaçou seu interesse amoroso de visitá-la todas as noites e beber-lhe o sangue, dando o beijo do vampiro. No mesmo século surgiu Lenore de Gottfried August Bürger, um poema que narrava à história de um jovem que prometeu voltar do túmulo como um morto-vivo e reivindicar sua amada e levá-la com ele para o túmulo, tornando-a sua eterna noiva. Muitos creem que este poema teve grande influência sobre a maior obra vampírica da história, Drácula. Mas grandes escritores alemães também tiveram sua passagem pela literatura vampírica, como Johann Wolfgang Von Goethe, escritor alemão, que em 1797 escreveu Die Braut Von Korinth, que contava a história de um jovem de família pagã que se apaixona por uma jovem de família cristã, mas após ver seu noivado desmanchado e sendo transformada em freira por sua mãe, a jovem se suicida e retorna do túmulo a procura de seu noivo. Goethe explicou que fora influenciado pelo conto Philinnion, de Flégon de Trales, um romancista da Grécia Antiga, outra fonte de muitos mitos como a lamia, empusa, mormolykiai, vrykolaka e o callicantzaro. Outro grande poeta alemão a publicar sobre o tema vampiro foi Johann Ludwig Tieck, que publicou sua obra que fora traduzida para o inglês com o título Wake Not the Dead. A obra contava a história da jovem Brunhilda, que fora trazida de volta à vida pelo seu amado Walter, um nobre que acordou um dia e a viu se esvaindo de sangue.
Com a chegada do texto de Tieck à Inglaterra, o interesse pelo mito dos vampiros foi crescendo. Outro fator para o desenvolvimento da literatura foram às dissertações desenvolvidas no âmbito da Igreja Cristão-Católica Romana pelo arcebispo Giuseppe Davanzati, que escreveu Dissertazione sopra I Vampiri, em 1744, e o acadêmico Dom Augustin Calmet que, em 1746, escrevera Dissertations sur les Apparitions des Anges, des Démons e des Esprits, et sur les revenants, et Vampires de Hungrie, De Bohême, de Moravie, et de Silésie. Essas dissertações traziam relatos e explicavam o que era e como destruir um vampiro, servindo de base, mais tarde, para os romancistas.