quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Ensaio Sobre o Poder

Eis que então veio o poder, atrelado diretamente às habilidades adquiridas por força da ampliação do conhecimento em direção ao tão em voga “despertar”, ou por demais práticas relacionadas a este fim. Algumas manipulações das circunstâncias parecem tão aplicáveis, e tão sedutoras, a partir do momento em que se tem conhecimento o bastante para manipular seus desfechos... Pois bem, bom que se saiba, pode-se, ainda que nem sempre se deva.

E a relação entre o poder e o dever é bastante íntima, mas não se obrigam senão por força de uma pequena rede de normas e regras fundamentais, nem sempre facilmente dedutíveis, de razão e proporção. A lei maior é a do Lastro, não há dúvida. Faças e terás o resultado, primeiro a curto, após a médio, e posteriormente: o devido. Não há como, nem por onde escapar do Lastro, como não se pode escapar da física (ainda que alguns contrariem alguns dogmas equivocados da física, não significa que tenham contrariado a real norma física, ainda não totalmente desvendada pelo homem científico).

Aos Lobos, mas não a todos, resta o dilema perpétuo. Até que ponto o que se vive é de fato real, fruto dos méritos particulares, dentro das regras do jogo? A partir de onde é simples resultado de “manipulação das cartas”?
Fique claro, não se trata de um dilema apenas de Vampyros, mas também de qualquer membro privilegiado de qualquer organismos social onde possa contar com privilégios e poderes. Mas sem dúvida, ao Vampyro, por tratar-se de uma característica íntima da qual não se pode livrar em segundo algum de sua existência, é um dilema digno de causar loucura, por certo. Por vezes, causa determinante desta.

Todos, não necessariamente Vampyros, contam com a possibilidade de ascender à determinadas posições privilegiadas diante os demais, detendo consigo poder, tal qual um homem que, de maneira oculta, porta uma arma diariamente, todos os dias de sua vida, em sua cintura.
>O fato é, quando dela fazer uso? (já que se supõem que mesmo diante um rigoroso treinamento -nem sempre tanto- sabe ele ter um poder sobre a maioria dos que o cercam, e muitas vezes, nas questões diárias, tem sua integridade exposta).
Pois bem, entra aí a importância – outrora discutido com membros da comunidade – de estabelecer uma fronteira determinante do justo e aplicável. Lida-se aqui, neste ambiente, com conhecimento que leva à aquisição de poder, isso é inegável, poder inclusive de autodestruição, como já pudemos presenciar na comunidade mesmo. É aí que entra: O que é certo ou errado nesta rede de interesses sobrepostos?
A resposta, apesar de já contestado, existe. Há como identificar a escolha certa e escolha errada. Há como determinar a opção moral e imoral (não tomemos como “moralismo”, é noutro sentido). {Moral = dotado de justiça e acertamento mesmo diante o esmiuçamento detalhado de sua designação, considerando todo o contexto}.

É óbvio que ler este texto é chato, muito menos empolgante que Rice, Vianco, Codex, LV, Wolwerine ou RPG. Simplesmente por que a realidade não é tão empolgante, e é dela que aqui se trata. É ela que aqui se propõem. Aforismos afiados não são um dom de todos, e a maioria, infelizmente, cai no sofismo quando apurada profundamente... a verdade dói.
“Poder” traz consigo um dever, um dever de estar moralmente amparado no uso deste poder. E muitos dos senhores aqui caminham num sentido irreversível de aquisição deste poder, como qualquer homem ou mulher que submeteu-se a colocar o rosto face aos livros do conhecimento humano... Que treinou seu corpo para executar os passos precisos... Que exercitou seu idioma para colocar os vocábulos em sua melhor expressão... Que ampliou sua percepção para trazer em forma de arte aquilo que sente, e que faz sentir. “Poder” é um brinquedo caro, que estraga facilmente a vida de quem não o tem pelas mãos de que o usa mal. “Para o mal?” Não, não é isso que importa. O bom uso, muitas vezes, é para o mal de algo ou alguém, quando legítimo, e moral. Mas mal uso, é sempre mal para outrem a curto, a todos a médio, e a si, como prazo final e aterrador.

-O poder é uma afiada espada na mão, e milhares, muito mais afiadas, no próprio pescoço-.

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